terça-feira, 23 de abril de 2013


De onde me virá o socorro?
(Sermão Expositivo)
 Referência Salmo 121



INTRODUÇÃO

A paz de Cristo. O Salmo 121 é um Cântico de Romagem (ou dos Degraus, ou do Peregrino). A interpretação mais aceita pelos eruditos é que as palavras do dito Salmo refletem experiências reais dos peregrinos.

Os peregrinos vinham de longe para Jerusalém a fim de participarem das três festas religiosas anuais que requeriam a presença dos varões hebreus, a saber: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculo.

Enquanto os peregrinos faziam sua viagem a Jerusalém, enfrentavam enfermidades, fome e sede, além de ataques de ladrões. Somente Deus podia protegê-los e garantir uma jornada segura.

Trazendo essa realidade para a caminhada cristã que estamos vivendo, entendo que nós também estamos em peregrinação rumo à nova Jerusalém. Muitos são os perigos da jornada. E de onde vem o nosso socorro?

DESENVOLVIMENTO

I – Deus é a Fonte de Ajuda (Sl 121.1-2)

1.          Elevo os meus olhos para os montes (121.1)

a)          O peregrino, avançando lentamente pelas planícies e pelos desertos, nos olhos de sua mente, podia ver as colinas em derredor de Jerusalém, onde o templo se destacava diante de seus olhos, e ele se encorajava, pois em breve veria as manifestações de Deus e então sentia-se seguro.

b)          Semelhantemente, ao invés de olhar para os perigos e obstáculos da caminhada cristã, nós podemos elevar os olhos para o céu e contemplar a pátria celestial onde desfrutaremos da salvação eterna.

2.          O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra (121.2)

a)          O homem em sua aflição, na esperança de encontrar ajuda em tempos de necessidade, deve voltar-se para Deus.

b)          Com uma pergunta retórica, o salmista afirma com total convicção que Deus ampara os aflitos, aleluia.

c)           Muitos têm colocado a sua esperança em pessoas, dinheiro etc. Nossa esperança deve estar depositada em Deus, pois o Senhor nunca falha. Deus é o socorro que precisamos diariamente.

II – Deus é o guardador e o ajudador do homem (121.3-7)

1. Ele não permitirá que os teus pés vacilem (121.3a)

a) Os pés do homem temente a Deus não escorregarão nem desviarão do reto caminho, caindo e sofrendo algum dano.

b) Trazendo para os nossos dias, podemos entender que quem está firmado com os pés na Rocha eterna, que é Jesus Cristo, não escorregará jamais da graça de Deus nas veredas da vida.

2. ...não dormitará aquele te guarda. É certo que não dormita nem dorme o guarda de Israel (121.3b-4)

a) O homem dorme, Deus não e nem se mostra indiferente para com os sofrimentos dos seres humanos.

b) Deus está sempre em alerta, protegendo os que lhe pertencem. Deus é o guardião de Israel.

c) Em caso de perigo é só pedir socorro através do clamor e oração. Deus está sempre disponível.

3. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita (121.5)

a) O salmista usa uma linguagem metafórica de proteção com relação à sombra, pois os que viajavam pelos desertos continuamente procuravam alguma sombra para a hora do descanso.

b) Sob a sombra do Deus Todo-Poderoso, há proteção e suprimento para toda necessidade.

c) O salmo 91.1 diz “O que habita no esconderijo do Altíssimo, e descansa à sombra do Onipotente”. 

4. De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua (121.6)

a) Durante o dia o calor no deserto é escaldante e durante a noite a temperatura é baixíssima. Os peregrinos careciam da proteção de Deus 24 horas. Tanto de dia quanto de noite.

5. O Senhor te guardará de todo mal; guardará a tua alma (121.7)

a) Deus é o protetor contra a tribulação, é o socorro bem presente na angústia.

b) Apesar dos muitos perigos potenciais, o peregrino a caminho de Jerusalém podia ter confiança de uma viagem segura.

c) A peregrinação do crente em Cristo é um caminho protegido até chegar à Jerusalém celestial.

d) O santo é preservado, não no sentido de que nunca sofrerá adversidade, mas de que vai atravessar a adversidade e sair dela como vencedor.

e) Se Deus é por nós, quem será contra nós?

III – Deus nos guiará até a vinda do Senhor Jesus Cristo (121.8)

1. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre (121.8)

a) Os peregrinos, em sua saída (partida de Jerusalém) e em sua entrada (chegada de volta a Jerusalém, terminada a peregrinação) podiam depender do poder de Deus para protegê-los.

b) Essas palavras refletem o caminho que leva à vida eterna, o caminho do peregrino, que busca a pátria celestial.

c) Nós somos peregrinos neste mundo e guiados pelo Espírito Santo, caminhamos firmemente para a nova Jerusalém.

CONCLUSÃO

a) Na vida do crente, deserto é lugar de passagem. Passaremos muitas vezes pelo deserto até Jesus voltar.

b) No deserto, Deus está conosco e contemplamos o Seu cuidado e proteção o tempo todo.

c) Chegará o dia em que o deserto acabará e não mais seremos peregrinos, habitando para sempre na Jerusalém celestial com o Senhor.

d) Não temos como evitar o deserto. Mas podemos passar por ele com a vida entregue ao Senhor Jesus. De onde nos virá o socorro? Depende da nossa decisão por Cristo.

e) O deserto com a presença de Deus se transforma em um oásis.

Em Cristo,
Anderson Vieira