De onde me
virá o socorro?
(Sermão Expositivo)
Referência Salmo 121
INTRODUÇÃO
A paz de Cristo. O
Salmo 121 é um Cântico de Romagem (ou dos Degraus, ou do Peregrino). A
interpretação mais aceita pelos eruditos é que as palavras do dito Salmo
refletem experiências reais dos peregrinos.
Os peregrinos vinham
de longe para Jerusalém a fim de participarem das três festas religiosas anuais
que requeriam a presença dos varões hebreus, a saber: Páscoa, Pentecostes e
Tabernáculo.
Enquanto os
peregrinos faziam sua viagem a Jerusalém, enfrentavam enfermidades, fome e
sede, além de ataques de ladrões. Somente Deus podia protegê-los e garantir uma
jornada segura.
Trazendo essa
realidade para a caminhada cristã que estamos vivendo, entendo que nós também estamos
em peregrinação rumo à nova Jerusalém. Muitos são os perigos da jornada. E de
onde vem o nosso socorro?
DESENVOLVIMENTO
I
– Deus é a Fonte de Ajuda (Sl 121.1-2)
1.
Elevo
os meus olhos para os montes (121.1)
a)
O peregrino, avançando lentamente
pelas planícies e pelos desertos, nos olhos de sua mente, podia ver as colinas
em derredor de Jerusalém, onde o templo se destacava diante de seus olhos, e
ele se encorajava, pois em breve veria as manifestações de Deus e então
sentia-se seguro.
b)
Semelhantemente, ao invés de olhar
para os perigos e obstáculos da caminhada cristã, nós podemos elevar os olhos
para o céu e contemplar a pátria celestial onde desfrutaremos da salvação
eterna.
2.
O
meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra (121.2)
a)
O homem em sua aflição, na esperança
de encontrar ajuda em tempos de necessidade, deve voltar-se para Deus.
b)
Com uma pergunta retórica, o salmista
afirma com total convicção que Deus ampara os aflitos, aleluia.
c)
Muitos têm colocado a sua esperança em
pessoas, dinheiro etc. Nossa esperança deve estar depositada em Deus, pois o
Senhor nunca falha. Deus é o socorro que precisamos diariamente.
II
– Deus é o guardador e o ajudador do homem (121.3-7)
1.
Ele não permitirá que os teus pés vacilem (121.3a)
a) Os pés do homem
temente a Deus não escorregarão nem desviarão do reto caminho, caindo e
sofrendo algum dano.
b) Trazendo para os
nossos dias, podemos entender que quem está firmado com os pés na Rocha eterna,
que é Jesus Cristo, não escorregará jamais da graça de Deus nas veredas da vida.
2.
...não dormitará aquele te guarda. É certo que não dormita nem dorme o guarda
de Israel (121.3b-4)
a)
O homem dorme, Deus não e nem se mostra indiferente para com os sofrimentos dos
seres humanos.
b)
Deus está sempre em alerta, protegendo os que lhe pertencem. Deus é o guardião
de Israel.
c)
Em caso de perigo é só pedir socorro através do clamor e oração. Deus está
sempre disponível.
3. O Senhor é quem te guarda; o
Senhor é a tua sombra à tua direita (121.5)
a)
O salmista usa uma linguagem metafórica de proteção com relação à sombra, pois
os que viajavam pelos desertos continuamente procuravam alguma sombra para a
hora do descanso.
b)
Sob a sombra do Deus Todo-Poderoso, há proteção e suprimento para toda
necessidade.
c)
O salmo 91.1 diz “O que habita no esconderijo do Altíssimo, e descansa à sombra
do Onipotente”.
4. De dia não te molestará o sol,
nem de noite, a lua (121.6)
a)
Durante o dia o calor no deserto é escaldante e durante a noite a temperatura é
baixíssima. Os peregrinos careciam da proteção de Deus 24 horas. Tanto de dia
quanto de noite.
5. O Senhor te guardará de todo
mal; guardará a tua alma (121.7)
a)
Deus é o protetor contra a tribulação, é o socorro bem presente na angústia.
b)
Apesar dos muitos perigos potenciais, o peregrino a caminho de Jerusalém podia
ter confiança de uma viagem segura.
c)
A peregrinação do crente em Cristo é um caminho protegido até chegar à
Jerusalém celestial.
d)
O santo é preservado, não no sentido de que nunca sofrerá adversidade, mas de
que vai atravessar a adversidade e sair dela como vencedor.
e)
Se Deus é por nós, quem será contra nós?
III – Deus nos guiará até a vinda
do Senhor Jesus Cristo (121.8)
1. O Senhor guardará a tua saída
e a tua entrada, desde agora e para sempre (121.8)
a)
Os peregrinos, em sua saída (partida de Jerusalém) e em sua entrada (chegada de
volta a Jerusalém, terminada a peregrinação) podiam depender do poder de Deus
para protegê-los.
b)
Essas palavras refletem o caminho que leva à vida eterna, o caminho do
peregrino, que busca a pátria celestial.
c)
Nós somos peregrinos neste mundo e guiados pelo Espírito Santo, caminhamos
firmemente para a nova Jerusalém.
CONCLUSÃO
a)
Na vida do crente, deserto é lugar de passagem. Passaremos muitas vezes pelo
deserto até Jesus voltar.
b)
No deserto, Deus está conosco e contemplamos o Seu cuidado e proteção o tempo
todo.
c)
Chegará o dia em que o deserto acabará e não mais seremos peregrinos, habitando
para sempre na Jerusalém celestial com o Senhor.
d)
Não temos como evitar o deserto. Mas podemos passar por ele com a vida entregue
ao Senhor Jesus. De onde nos virá o socorro? Depende da nossa decisão por
Cristo.
e)
O deserto com a presença de Deus se transforma em um oásis.
Em
Cristo,
Anderson
Vieira